domingo, 17 de abril de 2011

PROFESSORES DE BARREIRAS EM GREVE



Por Paula Vielmo
Pedagoga e Recreadora


Desde o dia 14 de março de 2011, as professoras e professores municipais de Barreiras estão em greve. Essa é a segunda greve da história da categoria. A primeira greve aconteceu em 2007 e durou 28 dias.
Durante o ano de 2010 ocorreram diversas paralisações de aula devido ao atraso dos vales transportes, não pagamento de titulação e progressão funcional, bem como o repasse do FUNDEB que só saiu após pressão da categoria.
No inicio de 2011, os mesmos problemas de antes e diante deles, o SINDSEMB – Sindicato dos Servidores Municipais de Barreiras, tentou realizar audiências com a prefeita Jusmari Oliveira (PR) por seis vezes, mas não foi sequer respondido.
Diante da desconsideração da prefeita Jusmari, a categoria, reunida em Assembléia Geral no dia 02 de março, deliberou por Greve após o carnaval, ou seja, 14 de março, com as seguintes reivindicações:
I. Correção salarial anual do piso dos professores em 21,62%;
II. Concessão da progressão funcional/ mudança de classe;
III. Pagamento de titulação;
IV. Entrega dos vales transportes até o quinto dia útil do mês de uso;
V. Melhores condições de trabalho (reformas das escolas, internet, telefone,

De lá para cá, as negociações não avançaram.
A prefeita continuou sem receber a comissão de negociação e delegou a função ao Procurador Geral do Município (Jaires Porto), Secretária de Administração (Izôlda Maia) e Secretária de Educação (Maria do Carmo Ferraz). Após quatro reuniões consecutivas na primeira semana de greve, contraproposta de 0% e muita enrolação, a categoria mudou de estratégia.
Diante das inúmeras tentativas da prefeita em tentar jogar a população contra os (as) professores (as), através de comunicados na TV local, a categoria começou a se organizar melhor: as assembléias passaram a deliberar agendas semanais de mobilizações, com caminhadas nos bairros esclarecendo a população sobre os reais motivos da greve e a situação das escolas, ao tempo que revela à sociedade como os bairros estão tão abandonados quanto a educação municipal; panfletagens em frente à Prefeitura foram feitas por diversos dias, inclusive com a Guarda Municipal impedindo a entrada do professorado na sede da prefeitura e inicio da análise das contas da educação municipal.
O caos em que se encontra Barreiras fez com que a população apoiasse a greve. As imagens das escolas começaram a ser expostas, inicialmente numa reunião com a sociedade civil organizada e em seguida em diversos pontos do município.
A partir da decisão do Ministério da Educação da porcentagem de reajuste do Piso Nacional do Magistério em 2011 no valor de 15,8%, a categoria encaminhou contraproposta ao Governo Municipal, que continuou oferecendo 0%.
Fomos até a Câmara Municipal de Barreiras, chamar os vereadores para a responsabilidade diante do descaso e das irregularidades encontradas na folha de pagamento com recursos do FUNDEB. Quando os edis souberam que o professorado iria para a sessão da Câmara, não teve quórum e houve apenas uma reunião com quatro vereadores, entre os quais o Presidente da Casa.
Na semana seguinte, a Tribuna Popular que havia sido solicitada e não cedida anteriormente, contou com a participação por 20 minutos do Presidente do Sindicato.
Atualmente a greve continua por tempo indeterminado e a legalidade ou não da greve está nas mãos da justiça. Diante da falta de interesse da prefeita Jusmari em negociar, estamos solicitando intervenção do Ministério Público Estadual e Federal, já que se trata de interesse coletivo (educação das crianças e adolescentes) e verba federal.
No dia 11 de abril, recebemos a ótima notícia de que saiu liminar favorável ao sindicato, impedindo que a prefeita corte o ponto enquanto durar a greve e no dia 15 de abril o Governo Municipal fez a oferta de 5,9%, muito abaixo do reivindicado e que será analisado pelos grevistas em assembléia geral.
Enquanto isso, a luta continua e o professorado dá uma verdadeira aula de cidadania a toda população de Barreiras.
“Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”

BLOG OFICIAL DA GREVE DE PROFESSORAS (ES) DE BARREIRAS:

Um comentário:

  1. Companheiro,

    OBRIGADA por publicar o texto!

    Voltamos às salas de aulas desde o dia 25 de abril, por determinação judicial, em que a juiza argumentava que as crianças e jovens estavam sendo prejudicadas.

    No entanto, permanecemos em ESTADO DE GREVE, realizando atividades semanais, bem como fiscalizando as contas e realizando as denúcnias na justiça.

    A luta continua!

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