terça-feira, 6 de abril de 2010

A Ruptura e a Continuidade

Essa semana aconteceu o desfecho da desavença entre o secretário de governo Jadiel Mascarenhas e o prefeito João filho. Com uma carta de renúncia encaminhada inclusive à Câmara de Vereadores e lida na íntegra, Jadiel expõe os diversos motivos que levaram a deixar o governo e tornou público o que os rumores pela cidade já tinha ganhado força.

Na cidade, há quem diga que esse rompimento não passa de uma jogada de marketing do “governo que trabalha” e que adora ser notícia, ainda que seja nas páginas policiais. Já para alguns, incluindo o vereador Ricardo Pimentel, o prefeito João Filho se tornou prefeito de fato, já seguia apenas as ordens do ex-prefeito (será que ele já passou por essa experiência?). Porém, é necessário que comentar sobre essa parceria e o estrago que causou para todo o município de Itaberaba.

Nas ultimas eleições municipais, Jadiel que teve seu mandato de prefeito cassado no ano de 2004, montou uma chapa para concorrer novamente à prefeitura, sendo ele o candidato e tendo seu irmão João Filho como vice. Sustentou até o ultimo momento que era candidato, como o famoso jargão: “Sou candidato sim” mesmo a justiça não reconhecendo a autenticidade da chapa. Três dias antes da eleição aconteceu a grande manobra: Jadiel retirou a candidatura e uma nova chapa foi formada. Dessa vez João filho era o candidato a Prefeito e Alexandre (filho de Jadiel) era o candidato a vice.

Depois de idas e vindas, depois de uma batalha judicial, João Filho assume a prefeitura em maio de 2009, mas o que vimos foi Jadiel discursando para os vereadores e a população no dia da posse. Nessa oportunidade, ele falou para esquecer as perseguições e “quem processou quem” e que agora iria trabalhar pela população de Itaberaba.

No entanto, o que vimos foi uma política de perseguições, ameaças e truculência. Diversos servidores começaram a sofrer diversas humilhações, ambulantes foram violentamente expulsos e impedidos de comercializarem seus produtos, os patrimônios históricos da cidade foram agredidos, etc. tudo isso liderado por Jadiel e com a conivência de João Filho. A conivência era tamanha, que em vários momentos o ex-prefeito e atual secretário de governo, se pronunciava no lugar de prefeito.

Depois de nove meses dessa gestão veio à tempestade. A repercussão da carta do Jadiel Mascarenhas anunciando a renuncia ao cargo e lavando a roupa suja. Tinha vários pontos importantes na carta, onde claramente ele dizia que se colocou junto a seu irmão para “ajuda-lo” a administrar e que João Filho desperdiçou essa oportunidade, traindo a ele e seus eleitores. No final, ele terminar com um enfático “o sonho acabou”.

Não se sabe qual é o sonho na qual ele se referia, se for um pretensão pessoal, possa até ter tido algum prejuízo, porém, João Filho continua seguindo fielmente a cartilha escrita por Jadiel. Se em algum momento houve briga e discussão dentro do governo, não passou de uma disputa interna de poder, mas que não reflete na forma de governar.

O governo João Filho, mesmo sem seu grande líder, Conseguiu rapidamente se adptar ao estilo do irmão de governar, se tornando um governo da continuidade. O decreto 218 continua em vigência, os ambulantes continuam sendo perseguidos, a educação continua sendo desmantelada com escolas sendo fechadas, etc.

Mesmo após essa desavença tudo continua como antes. O prefeito João Filho segue mostrando fidelidade ao estilo de governar de Jadiel. Rompimento mesmo só no âmbito pessoal. É impossível superar esse modelo de exploração sem contar com a participação da sociedade e dos trabalhadores de um modo em geral. Enquanto a política do “chicote” prevalecer e os interesses pessoais serem privilengiados diante dos interesses coletivos, continuaremos exaltados pequenos feitos, sem que de fato sejam rompidas as velhas estruturas de poder e sempre mergulhados nesse enorme poço de contradições, que essa de política construída sob os moldes do capital e do lucro exerce.

Um comentário:

  1. Opa! Seu blog tá "bombando", companheiro "blogueiro nas horas vagas"...rsrsrs

    Que "negócio" familiar esse em Itaberaba! Parece que tb é semelhante nos nossos municípios a permanencia da "familiocracia".

    Essa situação que relatou, me pareceu uma encenação, pois não duvido que estejam bebendo wisque juntos, rindo do povo.

    Forte abraço e valeu pelo comentário no meu blog! \o/

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