terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Refletindo sobre práticas esportivas na escolas municipais de Itaberaba

De 26 a 31 de outubro do ano de 2009, aconteceu no município de Itaberaba os jogos intercolegiais. Sem dúvidas a prática esportiva é muito importante para a saúde de seus praticantes, também para aumentar o seu vinculo social, ampliar o ciclo de amizades, de inclusão social e valores, vivenciar práticas prazerosas que os levem ao lazer, entre outros não menos importantes.


Um fato interessante, nesse evento, foi à participação de um grande numero de escolas, principalmente da rede pública de ensino, dentre estas, muitas da rede municipal, mas o destaque maior se dá mesmo para as instituições de ensino municipal, pois foram poucas que disputaram as finais, afinal não apresentaram desempenho suficiente para tal feito.

Nesse sentido surge uma questão, ou um problema se assim for preferido, por qual motivo o desempenho desses jovens é tão inferior ao das escolas estaduais e particulares. Essa indagação pode ser facilmente respondida se pesquisarmos um pouco a realidade da grande maioria das escolas municipais.

A partir dessa proposição percebe-se que em sua grande maioria são escolas com pouco espaço físico, que geralmente só cabem as salas de aula, não bastando a falta de estrutura as escolas de ensino fundamental I (1ª a 4ª série, agora com ensino fundamental de nove anos seriam as escolas do 1° ao 5° ano), não contam com um profissional de educação física para auxiliar e desenvolver esportes dentro da instituição. Ou seja, para poderem participar dependem do empenho e dedicação de diretores (a) e professores (a), que para além de suas atividades ainda se preocupem em encontrar um local para que os jovens possam treinar, e ainda, tempo para efetuar os treinamentos.

Já que o esporte pode trazer as contribuições acima descritas, é interessante pensar sobre o que a constituição federal explana em seu 6° artigo: "São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição."

Com base nesses termos é possível entender que o município tem violado com esses direitos e garantias fundamentais. Portanto ta na hora de se pensar uma educação com inclusão de esportes para os jovens que usufruem do serviço público municipal de educação. Ta na hora da consciência coletiva “falar” mais alto que a individual.

Por: José Paulo

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Itaberaba sofre mais um ataque ao patrimônio cultural da cidade.

Essa semana andando pelo centro da cidade me deparei com uma visão que não estava nos meus planos. Notei uma grande diferença no monumento “O Aguadeiro” na Praça Flávio Silvani. O local estava totalmente pintado e com uma espécie de chafariz feita com pequenos barris de madeira, fazendo uma alusão ao nome do monumento.

Se analisarmos a grosso modo, de fato aquele patrimônio cultural já estava precisando de uma restauração há algum tempo, pelo seu valor histórico-cultural e pela homenagem aos aguadeiros que tanto fizeram e lutaram para que Itaberaba fosse à cidade que é hoje. Porém, a forma como foi feita é totalmente questionável.

Para começar, ao que parece quem fez a reforma foi o colégio particular Arvoredo, de propriedade da irmã do prefeito. Até não há nada de anormal, a não ser essa “coincidência” familiar, porém foi gritante a forma como foi mexida naquela estrutura:

1. Mudou totalmente as cores do monumento, antes branco e agora verde. (mais uma das coincidências. A cor verde é a cor do colégio Arvoredo e predomina no uniforme escolar, na fachada do prédio, no uniforme esportivo para competições, etc).

2. Uma placa do colégio Arvoredo foi colocada no local. (isso mesmo. No monumento colocou uma placa do colégio Arvoredo, como se o monumento tivesse sido construído pelo colégio particular. Nas placas aparece o nome do colégio e letras menores, diz que o colégio foi responsável pela reforma. )

3. Expulsão de comerciantes da área. (esse não tem muito a ver com a estrutura, mas com o ambiente em geral. Os ambulantes que trabalhavam para sobreviver, foram expulsos para que o monumento que agora tem as cores e a placa do Arvoredo, tivesse mais visibilidade).

4. Os barris colocados em formato de chafariz ficaram até visualmente bom, mas aquela água jorrando não representa a luta do sertanejo que andava grandes distancias em busca de água, além de ter ofuscado a verdadeira homenagem aos aguadeiros, que é dos homens puxando enormes barris de água para abastecer a população.


Ao que parece, é de praxi o ataque a patrimônios culturais na nossa cidade pela atual adiminstração. Primeiro veio a derrubada do mercado velho, que a reação da população evitou que todo o prédio fosse destruído, em nome do tido “desenvolvimento”. Mais uma vez a população de Itaberaba ver um patrimônio público ser dilapidado ou descaracterizado em nome de interesse particular e familiar. Nada de ser estranhar vindo desse grupo que detém o poder na cidade atualmente, mas a população de Itaberaba deve reagir novamente para que a memória e nossa cultural não sejam destruídas em nome de interesses pessoais. Não podemos permitir que o patrimônio público seja administrado como se fosse um patrimônio particular.


Marcos Ferreira